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domingo, 3 de outubro de 2010

Anjos da Primavera


Chegam de improviso, trazidos pelo vento
Em brilho estranho, em mansidão inquieta,
Grandes borboletas silenciosas,
Asas de ouro abertas e paradas.

Na tranquila lagoa, palpitantes,
Rasto de espuma levíssima,
Prateada...

Sem corpos, numa leveza sem formas,
Feitos de vapores e de raios,
Perdidos seus risos no canto dos pássaros.

Na manhã úmida e quente,
São força germinadora,
Estão na cor marrom da terra fresca,
Coberta no tenro véu de ervas e violetas.

Em sons, nas nuvens ou nos pessegueiros em flor,
É o inefável sorriso,
De um rosto dulcíssimo que nunca veremos...


Neyde Bonfiglioli Trussardi