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sexta-feira, 20 de abril de 2012

SENHORA DE TUDO

Mistérios de palavras,
Flutuando em crepúsculos de vozes negras…
Praias onde corre o vento em desatino…
Do outro lado da lua correm presságios,
Velas partidas, desprendidas,
Correm os sete mares, sete ondas, sete marés!
Senhora do mar, rainha da liturgia.
Estrela de vento, cabelos de espuma
Em medos fundida, em espantos guardada…
Senhora de tudo, poema já escrito
De luz e de sombra. Eterno eclipse…
Divina sereia de manto de algas,
Sibila, Senhora de ventre fecundo…
Em tuas mãos deixo o mundo,
Senhora da agonia…
Reza, exorciza, ritualiza,
Em tua forte mente absorvida pela vida.
Metáfora proibida, de sois escondidos
Varridos pelo vento que me arrasta nos caminhos…
Senhora da noite de estrelas vestida…
De espada cingida,
Acalma o tempo, dá tréguas ao vento.
Senhora do tormento, tréguas ao mar…. 

(Circe)