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quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Pequenos poemas de Fernando Namora

"Dia que vais escoando como os rios
e empalideces rostos e cabelos,
traze a palavra para a incerteza
dos que vagueiam à deriva;

Ó dia correndo e findando,
some-te lá no cimo da fraga
mas deixa que no teu rasto fique o sangue
anunciando a esperança noutro dia.

Sê como a onda que morre para outra começar."



"A noite caiu sem manchas e sem culpa. 
Os homens tiraram as máscaras de bons actores.
Findou o espectáculo. Tudo o mais é arrabalde.
No alto, a utópica lua, vela comigo
e sonha inutilmente com a verdade das coisas.
- Noite! Deixa-nos também dormir..."